Notícia
Archivio: Julho 2016
FMI melhora pela 1ª vez previsão para o PIB do Brasil em 2016
Para 2017, órgão vê avanço de 0,5% após 2 projeções de crescimento zero.
Brexit deve fazer economia global crescer menos, diz órgão.
O Fundo Monetário Internacional (FMI) está um pouco menos pessimista em relação à economia brasileira. Em relatório divulgado nesta terça-feira (19), o fundo melhorou pela primeira vez – após cinco revisões para baixo – sua projeção para o Produto Interno Bruto (PIB) do país este ano. A expectativa agora é que a economia brasileira “encolha” 3,3% em 2016 – ante uma queda de 3,8% estimada em abril.
Para 2017, o FMI agora prevê que a economia brasileira voltará a crescer. O órgão estima um avanço de 0,5% no PIB, contra uma projeção de crescimento nulo feita nos dois últimos levantamentos do órgão.
Considerando as projeções feitas para todos os anos, é a primeira vez desde o relatório de julho de 2012 que o FMI melhora uma estimativa feita para a economia brasileira. Na ocasião, o fundo elevou de 4,1% para 4,6% a estimativa de crescimento para o PIB de 2013.
“É uma combinação de vários fatores. A gente vê evidências de mudanças e virada na economia”, informou a diretora da divisão de estudos da economia mundial da instituição, Oya Celasun, durante coletiva de imprensa nesta terça.
Segundo Oya, o mercado financeiro está reagindo bem ao novo momento da economia brasileira, e o consumo deve melhorar com a volta da confiança nos indicadores. Oya disse que a confiança havia piorado muito devido à demora nas reformas necessárias.
De acordo com Gian Maria Milesi-Ferreti, diretor do departamento de pesquisas do FMI, em 2015 houve um encolhimento rápido da economia do país, então um encolhimento da queda já implica uma melhora e uma virada.
Projeções para 2016
Em sua primeira projeção para 2016, feita em abril de 2014, o FMI considerava que a economia brasileira cresceria 1,5% este ano. A projeção, no entanto, piorou gradualmente, por cinco vezes seguidas. Passou de uma contração esperada de 1%, em outubro de 2015, para recuo de 3,8% em abril deste ano.
Agora, o órgão projeta uma queda um pouco menos brusca. “A confiança do consumidor e dos empresários parece ter melhorado no Brasil, e a contração do PIB no primeiro trimestre dá sinais de ter sido mais suave que se previa”, diz o órgão no relatório.
Como efeito, a recessão de 2016 no país deve ser “levemente menos severa, com um retorno de crescimento positivo em 2017”, aponta o FMI. Apesar disso, acrescentou o órgão no relatório, “incertezas políticas ainda persistem” e podem obscurecer as projeções.
Brexit piora as projeções globais
Apesar do cenário menos pessimista para o Brasil, o órgão cortou em 0,1 ponto percentual a previsão de crescimento da economia mundial, passando para um avanço de 3,1% em 2016. Para 2017, o FMI estima um avanço da atividade global de 3,4% – ante 3,5% previstos em abril.
O referendo do dia 23 de junho que decidiu pela saída do Reino Unido da União Europeia (Brexit) adicionou uma “pressão negativa à economia mundial”, avaliou o diretor de pesquisa do FMI, Maurice Obstfeld, em comunicado do órgão.
“Até 22 de junho, nós estávamos preparados para melhorar levemente nossas projeções mundiais para 2016 e 2017. Mas a Brexit colocou tudo a perder em nossos trabalhos”, escreveu.
A previsão para o PIB do Reino Unido em 2016 foi cortada em 0,2 ponto percentual, para avanço de 1,7%.
Para as economias emergentes e países em desenvolvimento, o órgão manteve a projeção de avanço de 4,1% em 2016, e de 4,6% em 2017. Já os países da América Latina e Caribe devem “encolher” 0,4% este ano – uma piora de 0,1 ponto percentual em relação à última previsão.
Pequeno ‘alívio’ nas projeções
O FMI não foi o único a melhorar a projeção para o PIB brasileiro deste ano. Esta semana, o mercado financeiro passou a estimar um “encolhimento” menor do nível de atividade da economia em 2016 e uma expansão maior no ano que vem.
As projeções são do boletim Focus do Banco Central, que consultou mais de 100 economistas. Para este ano, eles melhoraram a estimativa para o PIB de uma contração de 3,30% para uma queda menor, de 3,25%.
Após ter crescimento marginal em abril, o nível de atividade da economia voltou a cair, segundo o Índice de Atividade Econômica do BC, o IBC-Br – criado para tentar antecipar o resultado do PIB. Ele recuou 0,51% em maio na comparação com abril, após ajuste sazonal (espécie de “compensação” para comparar períodos diferentes).
Primeiros sinais de reação
Para o pesquisador do Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getúlio Vargas (Ibre-FGV), Claudio Considera, alguns dos mais recentes indicadores macroeconômicos foram “menos ruins” que os anteriores, podendo apontar como “primeiros sinais” de reação da economia.
“Essa mudança [nas projeções] tem a ver com uma leve melhora em dados da atividade da indústria, no setor de construção civil e do consumo de energia elétrica”, avalia Considera. A produção da indústria brasileira ficou estável em maio, cresceu 0,1% em abril e 1,4% em março, na comparação mensal.
Esses números interrompem várias contrações seguidas no indicador divulgado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). “Aparentemente, existe uma tendência de melhora na economia, mas é cedo para tirar conclusões e qualquer recuperação será lenta”, pondera.
O pesquisador também aponta uma retração “menos desfavorável” no setor de serviços como condutor de um pessimismo menor. Em maio, o volume recuou 6,1% frente ao mesmo período do ano anterior, a maior queda desde 2012 para o mês. Já na comparação com abril, a baixa foi menor, de 0,1%. Na comparação anual, o que mais influenciou a queda de 9,1%, foram os transportes, principalmente o aéreo (-15,1%) e terrestre (-10,5%).
No comércio varejista, as vendas continuam ruins. Elas recuaram 9% em maio ante o mesmo mês de 2015, a maior queda para o mês desde 2001, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Na comparação com abril, que registrou alta de 0,3% (dado revisado), a queda foi de 1%, a maior para o mês desde 2000.
O resultado está 12% abaixo do ponto mais alto da série, em novembro de 2014. “O desemprego e a inflação ainda corroem a renda do brasileiro e isso ainda reflete no consumo e serviços”, diz Considera.
(fonte: G1 - Taís Laporta)
BRASIL BUSCARÁ APOIO DE ESPANHA E ITÁLIA PARA ACORDO ENTRE MERCOSUL E UE
Com a possível saída do Reino Unido da União Europeia (UE), o Brasil deve se aliar a países como Espanha e Itália para avançar nas negociações sobre o acordo do bloco europeu com o Mercosul, disse nesta quarta-feira o embaixador e subsecretário de assuntos econômicos do Ministério de Relações Exteriores do Brasil, Carlos Márcio Cozendey.
O acordo entre UE e Mercosul prevê, entre outros pontos, mais acesso dos produtos agrícolas latino-americanos ao mercado europeu e, por outro lado, mais acesso por parte dos produtos industrializados europeus aos países do Mercosul. O Reino Unido era uma espécie de fiador do acordo pois a agricultura não tem peso na economia britânica. A França é um dos países que tem mais resistência às negociações devido à importância da atividade agrícola para o país. Com a possível saída do Reino Unido, após o plebiscito sobre a permanência ou não na UE, os franceses ganham mais poder na composição de forças europeia.
— Há outros países com que contamos na UE, como Espanha e Itália. O Reino Unido teria muito interesse no acordo e menos sensibilidade. Mas acreditamos que o acordo vai seguir. A União Europeia teve mais ou menos países ao longo da história e estamos seguindo com as negociações — disse Cozendey, no XV Encontro Santander América Latina, em Madri.
Quanto à possibilidade de a Venezuela assumir a presidência rotativa do Mercosul e sua influência sobre o acordo, Cozendey esclareceu que os venezuelanos não participam neste momento das negociações com a UE por uma escolha deles. Mas lembrou que, caso a Venezuela conclua o processo de adesão como membro pleno do bloco, terá que aderir ao acordo com a UE no futuro.
— A Venezuela segue um processo de adaptação no Mercosul. Pelo acordo de adesão, ela já deveria ter incorporado uma série de regulamentações , mas, por questões internas, não conseguiu avançar nisso — disse o embaixador.
Justamente por não ter preenchido esses requisitos, Brasil e Argentina, assim como Paraguai, tem defendido que a Venezuela não assuma a presidência do bloco. Por outro lado, o Uruguai, que ocupa a presidência temporária do Mercosul neste momento, tem advogado a favor dos venezuelanos.
Cozendey disse que a ideia é que seja eleito um país âncora para encabeçar as negociações com a UE, justamente para evitar que mudanças na presidência do bloco atrapalhem as negociações com a UE. E reforçou que o novo governo brasileiro vai perseguir o acordo.
— Este tema tem um nível de consenso bastante elevado no governo interino
O embaixador da Argentina no Brasil, Carlos Magariños, também reforçou a vontade de a Argentina de manter as negociações com o bloco:
— Esse acordo é importante por duas razões. A primeira é que precisamos voltar a dinamizar o comércio global, que crescia duas vezes mais que o PIB mundial antes da crise de 2008 e que hoje cresce no mesmo ritmo que a economia internacional. A segunda, é promover o comércio mundial por meio de blocos regionais, seguindo o multilateralismo.
Segundo Magarinõs, o comércio entre Argentina e os países da UE cresceu 22% entre janeiro e março deste ano, comparado a igual período de 2015.
(fonte: O Globo)
BB anuncia R$ 101 bilhões em recursos para safra 2016/17
Maior parte do dinheiro (R$ 91 bi) será destinado a produtores e cooperativas, enquanto o restante ficará com empresas da cadeia do agronegócio
O Banco do Brasil (BB) anunciou nesta terçafeira, 5, que disponibilizará R$ 101 bilhões para a safra 2016/17, iniciada em 1º de julho.
Segundo a instituição, desse total, R$ 10 bilhões serão direcionados a empresas da cadeia do agronegócio e R$ 91 bilhões em crédito rural a produtores e cooperativas, segmento em que haverá incremento de 10% em relação ao valor desembolsado na safra anterior.
Na avaliação do presidente do Banco do Brasil, Paulo Rogério Caffarelli, o BB, como o principal agente financeiro do agronegócio, detém 61% de participação no crédito rural. “Nossa carteira de crédito do agronegócio teve crescimento de 10% nos últimos 12 meses, mesmo com cenário de adversidade”, afirmou, durante o lançamento dos números para a safra 2016/17.
Do total de recursos para produtores e cooperativas, R$ 71,1 bilhões se referem a operações de custeio e comercialização e R$ 19,9 bilhões são específicos para créditos de investimento agropecuário. Destáca-se que 93% dos recursos apresentam taxas de juros controladas.
O banco anunciou ainda que o volume de recursos para a agricultura familiar passou de R$ 13,5 bilhões na safra 2015/2016 para R$ 14,6 bilhões na safra 2016/2017, um aumento de 8%. Para os médios produtores, o volume passará de R$ 14,3 bilhões para R$ 15,3 bilhões na safra 2016/17, um aumento de 7%. Na agricultura empresarial, o volume passará de R$ 54,5 bilhões na safra de 2015/2016 para R$ 61,1 bilhões na safra 2016/2017, registrando 12% de incremento.
Durante o anúncio, o Banco do Brasil destacou que o Programa Nacional de Apoio ao Médio Produtor Rural (Pronamp)aumentará o volume de crédito em 7% em comparação ao valor desembolsado na safra 2015/16, destinando R$ 15,3 bilhões nesta safra, como forma de continuidade à política de apoio ao Médio Produtor Rural.
Outro destaque foi no Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar (Pronaf), onde o BB estima aplicar R$ 14,6 bilhões. Segundo o banco, este volume representa um aumento de 8% sobre o valor realizado na safra anterior. Para o Pronaf Mais Alimentos, a linha de crédito para investimento terá R$ 6,2 bilhões para financiamentos na safra 2016/17.
De acordo com a instituição financeira, o ABC Programa Agricultura de Baixo Carbono para a safra 2016/2017 tem como projeção a destinação de R$ 2,2 bilhões em financiamentos a essa finalidade.
Para Armazenagem, o banco diz demonstrar apoio creditício ao melhoramento da infraestrutura do País e da capacidade estática da armazenagem, e deverá aplicar R$ 1 bilhão por meio do Programa de Construção e Ampliação de Armazéns (PCA) na safra 2016/17.
O programa de Incentivo à Inovação Tecnológica na Produção Agropecuária (Inovagro), o banco projeta financiar R$ 1 bilhão na safra 2016/17. Já no Programa de Modernização da Frota de Tratores Agrícolas e Implementos Associados e Colheitadeiras (Moderfrota) o Banco do Brasil estima aplicar R$ 3,8 bilhões para operações de investimento. Para as Empresas do Agronegócio, o Banco do Brasil disponibiliza R$ 10 bilhões.
(fonte:RACHEL GAMARSKI - O ESTADO DE S.PAULO)
- Arquivo de Notícias
- 2022
- 2021
- 2020
- 2019
- 2018
- 2016
- 2015
- 2014
- 2013
- 2012
- 2011
- 2010
- 2009
- 2008