Notícia
Archivio: Agosto 2016
Após impeachment, reformas e juros dos EUA guiarão investidores
Os ventos favoráveis que levam a Bolsa para os 60 mil pontos e o dólar para perto de R$ 3 sopram tanto do mercado externo como do doméstico. Mas podem mudar.
Com a conclusão do processo de impeachment de Dilma Rousseff, os olhos dos investidores se voltam para o andamento das reformas propostas pelo governo de Michel Temer e para os rumos dos juros norteamericanos.
Na sexta (26), a presidente do Federal Reserve (BC dos EUA), Janet Yellen, disse que a alta na taxa de juros está ganhando força, com a melhora no mercado de trabalho.
O efeito disso pode ser uma migração de investidores para os EUA, o que no Brasil se traduziria na alta do dólar. As taxas de juros negativas em países desenvolvidos vêm inundando o mundo de dinheiro. Esse fluxo chegou ao Brasil e ajudou na recuperação do mercado acionário, ao lado das perspectivas de melhora da economia brasileira O mesmo motivo levou o dólar a recuar 18%, para R$ 3,24, na maior desvalorização da moeda no mundo em 2016.
“O ambiente externo foi a variável mais importante em termos de afetar preços e dirigir o mercado desde o começo deste ano. Não foi uma exclusividade do Brasil”, afirma Carlos Constantini, diretor da Itaú BBA Corretora.
Para o otimismo continuar, analistas contam com a aprovação de reformas para ajustar as contas do governo. Isso pode potencializar a valorização da Bolsa brasileira, que neste ano já subiu 33% a maior alta entre as principais Bolsas no mundo.
Raphael Figueiredo, analista da Clear Corretora, sugere que o Ibovespa terminará o ano em 66 mil pontos. Considerando o nível atual, o espaço de ganho até dezembro seria de cerca de 14%. ”Mas, num caso hipotético de as reformas aprovadas no Congresso surpreenderem positivamente, 70 mil pontos serão pouco para o Ibovespa”, afirma Figueiredo.
Aline Sun, sócia da corretora Guide, vê espaço menor, até 63 mil pontos. Já Constantini vê estrangeiros mais interessados em ações fora do índice ou mesmo em novas emissões de ações (IPOs). Isso torna mais complicado para o pequeno investidor acompanhar os ganhos daqui para a frente em ações. “Ainda tem dinheiro para entrar e muitos investidores vão tomando decisões à medida que reduz a incerteza. Se existe dinheiro entrando, a resposta natural é continuar subindo”, diz Constantini.
Para a corretora Coinvalores, “o cenário de entrada de investimentos no pósimpeachment deve ocorrer e está condicionado à continuidade da liquidez no exterior, bem como à capacidade do governo em emplacar reformas”.
(fonte: folha.uol.com.br - Tassia Kastner / Eulina Oliveira)
Governo volta a discutir liberação de venda de terras a estrangeiros
Proposta em discussão prevê que empresas de fora possam comprar até 100 mil hectares de área no território nacional; governo quer incluir no projeto a obrigação de o investidor adquirir mais 10% de terras para serem usadas na reforma agrária.
A venda de terras agrícolas para investidores estrangeiros, um tema considerado fora de questão na gestão da presidente afastada Dilma Rousseff, voltou a ser discutida no governo. O deputado federal Newton Cardoso Jr. (PMDB-MG) informou ter se reunido, na semana passada, com integrantes da cúpula do governo para discutir a liberação da venda, com a imposição de limites.
Desde agosto de 2010, um parecer da Advocacia-Geral da União (AGU) sobre a Lei 5.709, de 1971, proíbe que grupos internacionais obtenham o controle de propriedades agrícolas no País. Em 2012, um projeto de lei foi apresentado no Congresso modificando a restrição, mas está com a tramitação parada.
É em cima desse projeto que Cardoso propõe modificações. “Estamos trabalhando em um texto substitutivo que autoriza a compra de terras dentro de certos limites”, disse o deputado, que coordena a Frente Parlamentar de Silvicultura. “A ideia é que haja um limite de 100 mil hectares por empresa, que pode ser ainda alterado”, disse. Fundos soberanos e ONGs, porém, não poderiam ser compradores.
Segundo Cardoso, o governo sugeriu que fosse incluído no projeto de lei que, para liberar a venda, o investidor adquira 10% adicionais de terras para destinar à reforma agrária. Se o investidor quiser comprar além do limite de 100 mil hectares, teria de se associar a um grupo nacional – que seria majoritário no negócio – para essa expansão, como já ocorre hoje. “Mas o limite de 100 mil hectares pode ser revisto (para cima).”
O deputado acredita que o fim dessas restrições poderá destravar investimentos da ordem de R$ 50 bilhões no País em áreas agrícolas e florestais.
Reação.
O assunto, porém, é polêmico. A Sociedade Rural Brasileira (SRB) e a Indústria Brasileira de Árvores (Ibá) são totalmente contra o parecer da AGU e também às limitações para compra de terras. O presidente da SRB, Gustavo Diniz Junqueira, disse que a entidade já tem uma ação, com pedido de liminar, no Superior Tribunal Federal, para que torne inconstitucional o parecer da AGU. “Somos contra a restrição a estrangeiros, à limitação para compra de terras e achamos estapafúrdia essa proposta de impor a flexibilização à liberação de 10% de área para reforma agrária. São coisas diferentes.” Segundo Silvio Teixeira, da Ibá, a entidade deverá ir à Justiça, caso o governo decida por um teto para a compra de terras.
Para o advogado Aldo De Cresci Neto, especialista em florestas e secretário executivo da Frente Parlamentar de Silvicultura, o Congresso busca um meio-termo sobre o tema. Segundo ele, outra possibilidade, que não foi descartada por Cardoso, seria o registro do grupo estrangeiro na Comissão de Valores Mobiliários (CVM).
Procurada, a Casa Civil da Presidência da República informou que o presidente em exercício Michel Temer solicitou um parecer sobre o tema ao ministério.
(fonte: Mônica Scaramuzzo, O Estado de S.Paulo)
Governo eleva previsão de crescimento do PIB em 2017 de 1,2% para 1,6%
O Ministério da Fazenda revisou a projeção para o crescimento da economia em 2017 de 1,2% para 1,6%.
Reportagem da Folha de sábado (13) antecipou que o governo faria a revisão do dado de 2017, o que levará também a uma alteração na projeção de arrecadação para o próximo ano, o que reduz as chances de um aumento de tributos.
As estimativas vão servir de base para a elaboração da proposta de Orçamento de 2017, que será entregue ao Congresso até o dia 31 de agosto.
Alguns analistas independentes e grandes bancos também já reviram para cima suas projeções para o PIB (Produto Interno Bruto). O Santander, por exemplo, projeta crescimento de 2%. O Bradesco, de 1,5% no próximo ano.
(fonte: Eduardo Cucolo / Valdo Cruz - folha.uol.com.br)
Presidente do BC reitera compromisso com inflação de 4,5% em 2017
O presidente do Banco Central, Ilan Goldfajn, disse que a instituição está comprometida com uma meta de inflação de 4,5% em 2017. O valor é menor do que o projetado pelo mercado, que espera uma inflação de 5,14%, de acordo com o Boletim Focus divulgado na segunda passada (8). Goldfajn também afirmou que o BC deve “caminhar na direção de reformas microeconômicas” para evitar intervenções na economia, reduzir o custo do crédito e criar condições para o financiamento de investimentos produtivos de longo prazo. Ele participou da abertura de um seminário do Banco Central sobre riscos e estabilidade financeira em São Paulo nesta sexta (12).
O presidente do BC defendeu a atuação do banco no mercado de câmbio, que tem se dado sobretudo por meio de swaps cambiais reversos (equivalentes à
compra futura da moeda americana). “O Banco Central, quando julgar necessário, utilizará com parcimônia as ferramentas de que dispõe”, disse. Exportadores têm reclamado da valorização do real frente ao dólar desde o início do ano, o que torna os produtos brasileiros menos competitivos no exterior. A taxa de juros alta, de 14,25% ao ano, e o aumento da disponibilidade de capital estrangeiro explicam em parte o aumento do fluxo de dólares para o
Brasil e outras economias emergentes.
Esse “interregno benigno de liquidez” do cenário internacional, porém, deve ser tratado com cautela, afirmou Goldfajn. “Há riscos à frente que podem ameaçar esse modesto crescimento global e essa disponibilidade de capital.”
REGULAÇÃO
A reforma regulatória do sistema financeiro internacional, motivada pela crise de 2008, está próxima da conclusão, disse Goldfajn. A falta de regras do mercado foi uma das causas do problema. Analistas, porém, consideram que as mudanças implementadas nesses oito anos foram tímidas.
As inovações tecnológicas no setor financeiro (promovidas pelas chamadas ”fintechs”, startups com foco no setor) são outro ponto de atenção do BC, segundo o presidente.
A instituição tem buscado organizar o mercado com cautela para não “inibir sua evolução” com “requisitos regulatórios precoces”, afirmou Goldfajn. Para ele, elas podem contribuir para o desenvolvimento econômico ao trazer eficiência ao sistema.
(fonte: folha.uol.com.br)
ANP PREVÊ EM LEILÃO BLOCOS PRÓXIMOS DE ATIVOS À VENDA PELA PETROBRAS
A diretora-geral da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), Magda Chambriard, disse que o órgão regulador estuda ajustes no edital da 14ª Rodada para atrair mais investimentos que o último leilão, realizado no ano passado. Entre as medidas avaliadas pela a agência está a oferta de áreas exploratórias localizadas próximas de ativos do programa de desinvestimento da Petrobras.
“Tudo está sendo feito pensado num contexto de negócio compatível com o preço do petróleo a US$ 50 o barril. Preocupamo-nos, por exemplo, em sugerir a oferta de áreas que fazem escala com áreas onde a Petrobras está desinvestindo”, afirmou a diretora, em evento no Rio.
Segundo Magda, estão sendo estudados ajustes como a redução dos compromissos de investimentos obrigatórios e nos valores dos bônus de assinatura. “É possível que os blocos estivessem um pouco pequenos ou o programa exploratório mínimo um pouco alto. Estamos trabalhando esse tipo de ajuste, adequando o bônus de assinatura, corte dos blocos, o compromisso exploratório mínimo, olhando que dados e informações a mais vão agregar dados que permitem atração do investimento. Que áreas seriam de maior interesse de forma que no futuro se formem polos produtivos. A gente pensa nisso tudo”, destacou.
A diretora disse, ainda, que as descobertas anunciadas recentemente na Guiana Francesa prometem trazer uma “motivação nova” para investimentos na margem equatorial brasileira, como a Bacia do Amazonas.
Questionada sobre ajustes no conteúdo local, Magda afirmou que as discussões sobre o assunto têm se dado no âmbito do Programa de Estímulo à Competitividade da Cadeia Produtiva, ao Desenvolvimento e ao Aprimoramento de Fornecedores do Setor de Petróleo e Gás Natural (Pedefor) e que vê espaço para mudanças. “Estamos aprimorando, o Pedefor já é um aperfeiçoamento. Foi estabelecido lá atrás e ficou bastante tempo sem aprimoramento. Em tudo na vida precisamos de aprimoramento contínuo.”
(fonte: www.Valor.com.br)
- Arquivo de Notícias
- 2022
- 2021
- 2020
- 2019
- 2018
- 2016
- 2015
- 2014
- 2013
- 2012
- 2011
- 2010
- 2009
- 2008