Notícia
Meirelles adia anúncio da equipe econômica para terça-feira
Ministro da Fazenda ainda não conseguiu fechar todos os cargos e preferiu adiar o anúncio, que seria feito nesta segunda-feira; Ilan Goldfajn deve assumir o Banco Central
O novo ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, anunciará a sua equipe e os dirigentes dos bancos públicos e do Banco Central nesta terça-feira às 11 horas, segundo confirmou a assessoria da Fazenda. Mais cedo, o Broadcast, serviço em tempo real da Agência Estado, havia informado a mudança da data com fontes. Meirelles ainda não conseguiu fechar todos os cargos e preferiu adiar o anúncio.
Na sexta-feira, quando falou pela primeira vez como ministro de Temer com a imprensa sobre sua equipe, Meirelles afirmou que os nomes seriam conhecidos nesta segunda-feira. Até agora, o único nome confirmado é o de Tarcísio Godoy para a secretaria executiva da pasta, mas Ilan Goldfajn deverá ser o presidente do Banco Central. O anúncio ocorrerá no Ministério da Fazenda.
Confira abaixo os principais nomes da equipe econômica:
Fazenda (Incorpora Previdência): Henrique Meirelles (PSD/SP)
Com uma carreira de destaque no sistema financeiro, Meirelles chegou a presidente internacional do BankBoston. Na vida pública, foi presidente do Banco Central de 2003 a 2010. Agora, depois de quase cinco anos e meio afastado do governo, Meirelles volta para assumir a economia brasileira na pior recessão desde a década de 1930 e num governo de transição. Nas contas do mercado, algo entre 4% a 6% do PIB, ou de aproximadamente R$ 250 bilhões a R$ 350 bilhões. A estratégia terá de combinar extrema dureza, para fazer o máximo possível de esforço fiscal no primeiro momento, e habilidade política extraordinária para passar duras reformas de restrições de direitos num horizonte apenas um pouco maior. O futuro ministro da Fazenda já defendeu, após ser indicado por Temer, limites legais ou constitucionais da trajetória do gasto público.
Banco Central: Ilan Goldfajn (ainda não confirmado) sem status de ministro, como é atualmente. Ilan foi diretor de Política Monetária do Banco Central durante a gestão de Armínio Fraga, cotado inicialmente para ministro da Fazenda de Temer.
Tesouro Nacional: Mansueto Almeida (ainda não confirmado)
O economista Mansueto Almeida foi coordenador geral de Política Monetária e Financeira na Secretaria de Política Econômica no Ministério da Fazenda (19951997), assessor da Comissão de Desenvolvimento Regional e de Turismo do Senado Federal (2005/2006) e Assessor Econômico do Senador Tasso Jereissati.
Planejamento Romero Jucá (PMDB/RR) , ex-ministro da Fazenda de Dilma. O peemedebista foi pessoalmente ao ministério para obter um panorama das medidas emergenciais a serem tomadas no início da gestão Temer. Segundo apurou o Estado, a reunião ocorreu a pedido de Jucá. Eles discutiram a necessidade de aprovar a mudança da meta fiscal até o fim do mês para evitar a paralisação da máquina pública por conta de um novo contingenciamento do Orçamento deste ano. A equipe de Barbosa apresentou ao senador as estimativas que fizeram para o próximo relatório bimestral de avaliação de receitas e despesas, com novas projeções para a arrecadação, gastos e PIB. Caberá à nova equipe econômica referendá-las ou não.
Relações Exteriores (incorpora Apex Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos): José Serra (PSDB/SP)
O senador José Serra, que foi ministro do Planejamento e da Saúde no governo FHC, vai assumir a pasta sem o status de “super-ministro”. A , passando a parte de comércio para o Itamaraty e o restante da estrutura, inclusive do BNDES, para o Planejamento. Mas a ideia sofreu resistência das entidades representativas da indústria. Agora, a pasta vai receber a Apex, que promove eventos mundo afora para vender produtos brasileiros.
Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior: Marcos Pereira (PRB)O presidente do PRB, advogado e bispo licenciado Marcos Pereira, negociou com Temer o espaço do partido, que tem bancada evangélica. O PRB negou o Ministério da Previdência e a Secretaria dos Portos e tentava conquistar a Agricultura. Pereira também foi cotado para assumir o Ministério de Ciência e Tecnologia.
Agricultura, Pecuária e Abastecimento: Blairo Maggi (PP/MT)
Escolhido para o Ministério da Agricultura, o senador Blairo Maggi (PP/MT) é gaúcho, natural de Torres (RS), mas foi no Mato Grosso que se consagrou como o “rei da soja”. No Estado do Centro Oeste, Maggi governou por duas vezes e montou seu império em Cuiabá. Filho de produtores rurais, Blairo graduou-se em Agronomia na Universidade Federal do Paraná. Ele deixou o PR e se filiou ao PP na última quarta-feira (11) para viabilizar sua indicação para o comando do Ministério da Agricultura, após ser convidado pelo presidente nacional do partido, o senador Ciro Nogueira (PI). Além da indicação para Agricultura, o dirigente também vislumbra que o futuro ministro possa ser o candidato do PP para as eleições presidenciais de 2018.
Transportes (Incorpora Aviação Civil e Portos): Maurício Quintella (PR/AL)
Maurício Quintella Lessa (PR/AL), escolhido de Temer para assumir a pasta de Transportes, é um advogado alagoano, nascido em 1971. Quintella já foi deputado federal quatro vezes e na sua última eleição recebeu mais de 70 mil votos. Na votação do impeachment na Câmara, o político contrariou a orientação da direção do PR e deixou a liderança para votar a favor do afastamento. Maurício Quintella foi eleito vereador pela primeira vez em 1996 e já assumiu a presidência da Câmara de Vereadores e a Secretaria de Educação do Estado de Alagoas. Ele foi condenado em 2014 por desviar dinheiro da merenda escolar em Alagoas, entre 2003 e 2005, quando foi secretário de Educação do Estado.
Comunicações,Ciência e Tecnologia: Gilberto Kassab (PSD/SP)
Gilberto Kassab é economista, engenheiro civil, empresário e fundador do PSD. Nasceu em São Paulo e foi prefeito da cidade por duas vezes entre 2006 e 2012. Na primeira vez, assumiu após a renúncia de José Serra, que saiu para se candidatar ao governo do Estado de São Paulo. Na segunda, foi eleito no 2º turno. O indicado de Temer para a pasta também foi ministro das Cidades do governo Dilma, mas se demitiu com a decisão da bancada do PSD na Câmara dos Deputados de votar pelo impeachment da presidente.
Kassab é o quinto de sete filhos do médico libanês Pedro Salomão José Kassab e da professora Yacy Palermo. Iniciou na política aos 25 anos e, ainda na universidade, participou do Fórum de Jovens Empreendedores da Associação Comercial de São Paulo (FJEACSP).
Gilberto Kassab também faz parte da Federação das Associações Comerciais de São Paulo, do Sindicato da Habitação (Secovi) e do Conselho Regional de Corretores de Imóveis (Creci).
Trabalho: Ronaldo Nogueira (PTB/RS)
Natural de Carazinho (RS), Ronaldo Nogueira é formado em Administração de Empresas e pastor da Igreja Evangélica Assembleia de Deus. O deputado federal pelo Partido Trabalhista Brasileiro do Rio Grande do Sul também é vice-presidente nacional de Segurança Pública do partido. Nogueira ainda é membro do Conselho da Comunidade de Carazinho e do Grupo de Apoio à Polícia Civil.
Secretaria Especial de Investimento: Moreira Franco (PMDB/RJ)
O papel de Moreira Franco, que não terá status de ministro na estrutura enxuta formulada por Temer, é trazer para o Brasil os recursos que estão circulando no mundo à cata de bons negócios. Será um programa inspirado no Plano de Metas de Juscelino Kubitschek (19561961), que estabelecia objetivos para investimentos em infraestrutura e a industrialização.
Minas e Energia: Fernando Bezerra Filho (PSB)
Pernambucano, é filho do também senador Fernando Bezerra Coelho. Logo após assumir, Bezerra Filho disse haver uma posição unânime no ministério de que não é possível repassar à conta de energia dos consumidores reajustes a partir de desequilíbrios tarifários apontados na Conta de Desenvolvimento Energético. Um dos seus primeiros desafios à frente da pasta será a questão da apresentação dos balanços da Eletrobrás de 2014 e 2015 à SEC, o órgão regulador do mercado de capitais dos Estados Unidos. O prazo final é quarta-feira. Se o balanço não for apresentado, a Eletrobrás corre o risco de ter suas ações excluídas da Bolsa norte-americana.
(fonte: Rachel Gamarski - O ESTADO DE SÃO PAULO)
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