Notícia
Impeachment contra Dilma anima Bolsa e estatais disparam
Bovespa avança quase 5%; a exemplo do que aconteceu durante a campanha eleitoral do ano passado, ações de estatais como Petrobrás, Banco do Brasil e Eletrobras sobem.
SÃO PAULO A Bovespa vive um clima muito positivo neste início de sessão, após o presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB), ter autorizado a abertura de contra a presidente Dilma Rousseff (PT). A exemplo do que aconteceu durante a campanha eleitoral do ano passado, estatais como Petrobrás, Banco do Brasil e Eletrobras disparam com a divulgação de notícias contrárias a Dilma.
Às 11h40, o Ibovespa subia 4,93%, aos 47.127 pontos. Petrobrás ON ganhava 7,81% e PN 7,58%, Banco do Brasil ON saltava 8,77% e Eletrobras ON tinha alta de 7,63%. Entre outras blue chips, Vale ON subia 1,24% e a PN, 1,25%. Bancos (Itaú PN +7,76% e Bradesco PN +7,2%) também registravam forte valorização. Além do cenário político interno, investidores se animam de olho na Europa. Em forte alta desde a abertura, a Bovespa renovou máximas após o Banco Central Europeu (BCE) confirmar que novas medidas de estímulo econômico. A autoridade monetária cortou a taxa de juros de depósitos de 0,20% para 0,30%, como esperado, e manteve a taxa de refinanciamento em 0,5%.
Incerteza. Voltando ao impeachment, embora um processo de afastamento da presidente traga muitas incertezas e instabilidade, o que desagrada as agências de classificação de risco, a leitura inicial de parte do mercado é a de que uma mudança na condução do País pode garantir a governabilidade necessária para que a economia brasileira consiga sair da crise fiscal e econômica em que se encontra. Mesmo assim, analistas apontam que o rali dos ativos brasileiros pode ser de curto prazo. “A falta de avanços na questão do ajuste fiscal e os riscos políticos inerentes ao processo de impeachment carregam significativos riscos de baixa”, diz relatório assinado pelo economista João Pedro Ribeiro. “Nossa primeira reação é de que esse evento vai trazer mais volatilidade e incerteza, em vez de aliviar os receios dos mercados”, afirma o Barclays em texto enviado a clientes na noite de ontem.
O custo do swap de default de crédito (CDS, na sigla em inglês) de cinco anos do Brasil opera com leve alta. Pela manhã, o CDS girava em torno de 448 pontos, cotação longe do pico de 534,6 atingido em 28 de setembro, que havia marcado o patamar mais alto desde outubro de 2008.
Dólar. O dólar abriu em queda nesta sextafeira, já que parte do mercado vê a saída da presidente como forma de resolver o impasse político e econômico que perdurou ao longo deste ano no País. Para a holding financeira Nomura, o rali nos ativos brasileiros, no entanto, deve ser de curto prazo. “A falta de avanços na questão do ajuste fiscal e os riscos políticos inerentes ao processo de impeachment carregam significativos riscos de baixa”, diz relatório assinado pelo economista João Pedro Ribeiro. “Nossa primeira reaçãoé de que esse evento vai trazer mais volatilidade e incerteza, em vez de aliviar os receios dos mercados”, disse o Barclays em relatórioenviado na noite de ontem. Às 11h40, o dólar à vista no balcão caía 0,72%, a R$ 3,80. (Colaborou Ana Luísa Westphalen)
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